Mãe e padrasto foram condenados por homicídio triplamente qualificado e tortura
Em um julgamento que durou 17 horas e se estendeu até a madrugada desta quarta-feira (23/07), o Tribunal do Júri de Quirinópolis condenou Ana Laura Costa Silva, de 24 anos, e Alisson Sapucaia Bernardes, de 22, pela morte brutal do pequeno Gustavo Emanuel, de apenas 1 ano e 3 meses. O crime, ocorrido em abril de 2024 no Bairro Alvorada, chocou Quirinópolis e também a cidade de Inaciolândia, onde a família vivia antes de se mudar.
De acordo com o Ministério Público, Gustavo foi torturado por cerca de 30 dias, apresentando mais de 10 mordidas, unhas arrancadas e queimaduras de cigarro. No dia 8 de abril, o padrasto agrediu o menino com golpes na cabeça, deixando-o inconsciente. Apesar de ter sido socorrido, o bebê não resistiu aos ferimentos, atribuídos a espancamentos e um possível chute na cabeça.
Durante o júri, Alisson admitiu ter mordido o enteado, mas alegou que seria uma brincadeira que saiu do controle. Sobre as unhas arrancadas e queimaduras, tentou atribuir a ferimentos acidentais. Já Ana Laura, mãe da vítima, afirmou ter sido ameaçada por Alisson e optou pelo silêncio em parte do interrogatório. O Ministério Público, porém, defendeu que a mãe foi cúmplice, pois não denunciou os maus-tratos e ajudou a esconder as agressões, inclusive alertando o companheiro por mensagem enquanto Gustavo estava hospitalizado.
Ao final, a juíza Bruna de Oliveira Farias fixou a pena de 51 anos e 15 dias para Alisson, por homicídio triplamente qualificado e tortura, e 48 anos, 10 meses e 7 dias para Ana Laura, pelos mesmos crimes, ambos em regime fechado. O promotor Bernardo Monteiro Frayha apresentou imagens da vítima e diálogos entre o casal que comprovavam a intenção de encobrir os maus-tratos.
A defesa de Alisson já sinalizou que pretende recorrer para tentar retirar a condenação por homicídio. Já a defesa de Ana Laura não informou se vai recorrer. Familiares do menino, vindos de Inaciolândia, acompanharam o julgamento até a leitura da sentença, marcada por forte comoção.
O crime expôs mais uma vez a dura realidade de crianças vítimas de violência doméstica, chocando toda a comunidade de Quirinópolis e região.
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