95,1 FM

(64) 3651-1452

Notícias/TV/Famosos

Zagallo: corpo do ex-jogador e ex-técnico é enterrado no Rio

O corpo do Velho Lobo foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo

Zagallo: corpo do ex-jogador e ex-técnico é enterrado no Rio
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Por Raoni Alves, Suelen Bastos, g1 Rio

 

 

O corpo de Mário Jorge Lobo Zagallo foi enterrado neste domingo (7), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro. O ex-jogador e ex-técnico morreu na noite de sexta-feira (5), aos 92 anos, de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado desde o fim de dezembro em um hospital no Rio.

O velório, que ocorreu na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, começou às 9h30 deste domingo e ficou aberto ao público até as 14h.

Depois, Zagallo foi transportado em um carro do Corpo de Bombeiros até o cemitério, onde foi recebido com aplausos 

 

 

Ex-jogador Cafu esteve presente no enterro de Zagallo neste domingo (7), no Rio. — Foto: Raoni Alves/g1

Ex-jogador Cafu esteve presente no enterro de Zagallo neste domingo (7), no Rio. — Foto: Raoni Alves/g1

Corpo de Zagallo chega a cemitério neste domingo (7), no Rio de Janeiro. — Foto: Raoni Alves/g1

Corpo de Zagallo chega a cemitério neste domingo (7), no Rio de Janeiro. — Foto: Raoni Alves/g1

 

Velório

 

O corpo do Velho Lobo foi velado ao lado das cinco taças de Copas do Mundo que o Brasil venceu (Zagallo teve participação em quatro delas) e da estátua de cera que o museu da CBF fez em sua homenagem em 2022Esta foi a primeira vez que a estátua de Zagallo ficou exposta ao público (veja foto abaixo).

Zagallo é velado na sede da CBF neste domingo (7); estátua do técnico foi colocada na sala — Foto: Suelen Bastos/g1

Zagallo é velado na sede da CBF neste domingo (7); estátua do técnico foi colocada na sala — Foto: Suelen Bastos/g1

Entre os atletas e autoridades que passaram pelo velório para prestar homenagens, estão Tite, ex-treinador da seleção brasileira e atual técnico do Flamengo, o ex-jogador Grafite e os campeões mundiais Cafu, Zinho, Bebeto, Jorginho e Mauro Silva. Marcos Braz, dirigente do Flamengo, e Mario Bittencourt, presidente do Fluminense, também comparecem ao velório.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o técnico do tetra, Carlos Alberto Parreira, enviaram coroas de flores para prestar condolências à família.

Cafu, capitão da seleção brasileira pentacampeã do mundo em 2002, contou como era o Velho Lobo nos bastidores.

 

"O Zagallo cobrava quando tinha que cobrar, era paizão quando tinha que ser paizão, era amigo quando tinha que ser amigo e era treinador quando tinha que ser treinador. Era um treinador que era respeitado, e isso que era o mais importante", afirmou o lateral.

 

"Quando você tem respeito do grupo, a tendência é fazer o que fizemos, conquistar títulos e fazer com que o Zagallo seja reconhecido e conhecido da maneira que tem que ser, como um herói brasileiro."

O ex-jogador Bebeto (c) comparece ao velório do ex-técnico e ex-jogador da seleção brasileira Mario Jorge Lobo Zagallo, na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, neste domingo (07). — Foto: ALEXANDRE BRUM/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

O ex-jogador Bebeto (c) comparece ao velório do ex-técnico e ex-jogador da seleção brasileira Mario Jorge Lobo Zagallo, na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, neste domingo (07). — Foto: ALEXANDRE BRUM/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Emocionado, o atacante Bebeto (veja foto acima), um dos destaques do tetra em 1994, declarou: "Toda a minha história como jogador de futebol e como homem, eu tive ele como referência. Ele foi o meu segundo pai. Ele transcende o futebol. Temos um amor muito grande pela família dele".

O goleiro Gilmar Rinaldi, um dos reservas de 1994, relembrou o amor do Velho Lobo pela seleção (veja vídeo abaixo). “Ninguém amou mais essa camisa do que ele. A gente tem que pensar isso pra sempre e, quem sabe, esteja na hora de repensar e voltar a esse estilo. Essa camisa tem um peso, e ele deu como ninguém”.

 

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, comentou sobre a importância de Zagallo para a Seleção. "Que os atletas possam resgatar o trabalho que Zagallo desenvolveu e se inspirem nele. Saber que a camisa da seleção tem que ser honrada, abençoada e ser defendida".

Para Juan Silveira dos Santos, da comissão técnica do Flamengo, Zagallo era sinônimo de seleção brasileira.

 

"O futebol brasileiro perde uma lenda. Em termos de seleção brasileira, ele é a história da seleção. Ele viveu intensamente a seleção. A imagem dele é ligada a imagem vitoriosa da seleção".

 

Durante o velório, Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF, passou mal e desmaiou. Ele foi levado para a ambulância no local e, segundo os socorristas, está bem.

 

 

As cinco taças de Copa do Mundo conquistadas pelo Brasil — Foto: Suelen Bastos/g1

As cinco taças de Copa do Mundo conquistadas pelo Brasil — Foto: Suelen Bastos/g1

 

Carreira

 

Zagallo tinha 92 anos e morreu no Rio de Janeiro — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Zagallo tinha 92 anos e morreu no Rio de Janeiro — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Zagallo nasceu em Alagoas e foi para o Rio de Janeiro aos 8 meses de vida. Foi morar na Tijuca, bairro da Zona Norte, com o qual desenvolveu uma relação próxima durante toda a vida.

Das peladas no Maracanã – antes mesmo da inauguração do estádio –, Zagallo passou pelas categorias de base do América, que tinha sede na Tijuca, antes de ir para o Flamengo.

Aos 18 anos, foi convocado para servir o Exército e deu início à sua relação com copas do mundo. Começou com um revés. Fez a segurança das arquibancadas do Maracanã na derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 1950. Foi testemunha, portanto, do fatídico Maracanazzo.

 
Tornou-se jogador profissional como ponta-esquerda e foi tricampeão carioca pelo Flamengo, de 1953 a 1955.

Em 1958, conquistou junto com a seleção brasileira a primeira Copa do Mundo da história do país, com direito a gol na final contra a Suécia (5 a 2). Era apelidado de Formiguinha, por correr muito e ajudar na marcação do meio-campo – algo raro para atacantes à época.

Quatro anos depois, já como atleta campeão pelo Botafogo, foi bicampeão mundial com a seleção como jogador na Copa da 62.

Zagallo é homenageado com estátua de cera — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Zagallo é homenageado com estátua de cera — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Em 1964, se aposenta como jogador e começa a carreira de treinador, começando pelo Botafogo.

Meses antes da Copa de 70, assume a seleção no lugar de João Saldanha. Acabou comandando Pelé e companhia para o tricampeonato mundial. Para muitos, foi a melhor seleção de todos os tempos.

O tetra veio em 1994. Como coordenador técnico de Carlos Alberto Parreira, Zagallo participou da campanha na Copa dos Estados Unidos.

Por pouco, não foi penta: como técnico da seleção, chegou à final da Copa de 1998, mas a equipe foi derrotada pela França de Zidane.

O visual do Zagallo treinador de 1998, aliás, foi o escolhido para a homenagem no Museu da Seleção, na sede da CBF, no Rio. No ano passado, o Velho Lobo foi conferir – e aprovou – seu boneco de cera Veja no vídeo abaixo.

 

"Tá bom demais (...) Quer trocar comigo?", brincou. "Jamais pensei em poder bater um papo com o Zagallo."

 

 

 

Zagallo ainda foi treinador no Rio dos outros três times grandes (Flamengo, Vasco e Fluminense) e do Bangu, além das seleções de Kwait, Emirados Árabes e Arábia Saudita – onde também comandou o Al Hilal, o atual time de Neymar.

 

'Vão ter que me engolir!'

 

Em 1997, ao vencer a Copa América, Zagallo disparou uma de suas frases célebres, em ataque aos críticos da seleção: "Vocês vão ter que me engolir".

As brincadeiras com o número 13 eram rotineiras. Quando tinha a oportunidade de citar uma frase com 13 letras, não perdia a chance.

 

"Brasil campeão tem 13 letras, e Argentina vice também", bradou ao vencer nos pênaltis os rivais na final da Copa América de 2004.

 

Zagallo durante entrevista ao Grupo Estado, em Curitiba, no Paraná, em novembro de 2003 — Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo/Arquivo

Zagallo durante entrevista ao Grupo Estado, em Curitiba, no Paraná, em novembro de 2003 — Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo/Arquivo

Também usou a contagem para incentivar a população a tomar vacina contra a Covid em 2021: "Dose de reforço tem 13 letras".

"O 13 veio aliado à minha esposa, quer era devota de Santo Antônio [celebrado em 13 de junho], sinônimo de fé", dizia.

Treze também foi o dia em que se casou com a mulher, Alcina, que também fazia aniversário no dia 13. Também é "31" ao contrário – ano de nascimento de Zagallo.

Zagallo eterno tem 13 letras.

Comentários:

Veja também

Fique a vontade para nos enviar sua mensagem!